BAHIA. TETO DE IGREJA DESABA E MATA TURISTA

O teto da Igreja de São Francisco de Assis, em Salvador da Bahia, no Brasil, desabou na tarde desta quarta-feira, matando uma turista e deixando outras cinco pessoas feridas. A “Igreja de ouro”, reconhecida como uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo, enfrentava problemas estruturais há vários anos, de acordo com a imprensa brasileira.

A vítima mortal foi identificada como Giulia Righetto, turista de 26 anos natural de São Paulo, que passeava no local com o namorado e outros dois amigos. Uma amiga de Giulia foi uma das cinco feridas, tendo sofrido um corte na testa que motivou uma viagem ao hospital para receber assistência médica. O namorado e o outro amigo da jovem paulista estavam afastados do resto do grupo e não sofreram quaisquer ferimentos.

O acidente aconteceu por volta das 14h30 locais (17h30 em Lisboa), no templo da Ordem Primeira de São Francisco. Nas imagens captadas e partilhadas por testemunhas do desabamento, é possível ver a nave principal coberta de destroços, nomeadamente a madeira que terá caído do teto da igreja portuguesa construída nos séculos XVII e XVIII.

Todo o espaço central da igreja cedeu. Possivelmente, alguma parte dessa cobertura se rompeu e, com o peso desse espaço superior do teto, a madeira veio abaixo, com o sobrepeso”, afirmou o coordenador da Defesa Civil de Salvador, Sósthenes Macedo, citado no portal G1.

Três viaturas dos bombeiros foram mobilizadas para o local do acidente, no bairro do Pelourinho, situado no centro histórico de Salvador, para realizar buscas. Os Serviços de Atendimento Móveis de Urgência (Samu) também prestaram assistência às vítimas em conjunto com os bombeiros. Os polícias militares também estiveram presentes no local e isolaram o perímetro da igreja.

De acordo com o Governo brasileiro, a Igreja de São Francisco de Assis, tem azulejos portugueses, assinados em 1737 por Bartolomeu Antunes de Jesus, que reproduzem o nascimento de São Francisco e “estão adornados por talhas de madeira moldadas com ouro em pó e com símbolos do barroco brasileiro”.

Para além disso, duas pias de pedra, doadas por D. João V e, teto, “várias pinturas sacras, além de imagens de São Pedro de Alcântara, São Benedito, São José, Coração de Jesus, Santo Antônio e São Francisco de Assis no altar-mor”. Ao jornal local Alô Alô Bahia, o historiador Rafael Dantas afirmou que esta era “uma tragédia anunciada, infelizmente”. “Há muito tempo, a situação de deterioração, infiltração e os problemas com cupins [térmitas] já eram visíveis” num dos edifícios mais históricos da cidade, disse.

2025-02-05T19:56:37Z